Passeio

Cyber Dragalien, por Aurora Pinho

04 setembro

Disponível no Soundcloud do Rama em Flor


1- Ex agrediu-me, atirou o meu corpo contra uma mesa de mármore e tentou violar-me.
2- Homem hetero cis usou e penetrou o meu olho do cú violentamente, com um mastro de 23cm.
3- Lancetou a minha vagina a sangue frio e coseu um dilatador nos lábios.

“Lembrem-se: Sou neta da bruxa. E não fui queimada.”
Aurora Pinho

Num passeio que vai do Intendente até ao Hospital de Jesus, passando pelo Martim Moniz e Baixa, Aurora Pinho conta-nos três episódios reais violentos e traumáticos contra o seu corpo. A performer, música e bailarina transporta o ouvinte para o seu lugar, partilhando como o seu corpo foi usado, violado, agredido, cortado.Em torno de memórias diluídas em fragmentos escritos, spoken word, poesia e música, este é um áudio passeio visceral, que perturba pela crueldade do mundo e pela tomada de consciência de como tratamos o outro.

AURORA PINHO é uma artista multidisciplinar, performer, bailarina, musicista, produtora, modelo, e atriz. Flesh Against Flesh é o seu mais recente disco de 2021 e conta com dois EPs lançados, Uterus e Rave in a Cave. Ao longo do seu percurso artístico, é criadora e intérprete dos projetos Nympho Maniac, Aurora de Areia, Velvet N’ Goldmine e Heteroptera. Ela também desenvolveu a curta-metragem “Aurora” em colaboração com Carlota Flor e o filme “Break your dick” com o cineasta Pedro Rei.

Estreou-se como atriz no papel de Violeta, na série LGBTQ “Secreto Lx” de Patrick D’Orlando e fez a série “My Blood” de Tota Alves. O primeiro filme em que participa é “Ela É Uma Música” de Francisca Marvão e também protagonizou o filme “Uma Rapariga Imaterial” de André Godinho.

Corpos no espaço
Neste ano em que questionamos mais as relações de proximidade e empatia, aumenta a urgência do reconhecimento do outro, respeitando os tempos e os espaços de cada um. O retorno do corpo ao espaço faz-se caminhando, a solo ou acompanhades, ao ritmo que ditamos a nós própries ou deixando que vozes e experiências sensoriais exteriores a nós nos guiem ao que nos rodeia.

Separador

Como participar?

Este passeio começa junto ao metro do Intendente e termina no Hospital de Jesus (zona de São Bento), em Lisboa. A sua criadora é Aurora Pinho, artista multidisciplinar, performer, bailarina, musicista. Durante cerca de 40 minutos, este passeio transporta o ouvinte para o seu lugar, partilhando como o seu corpo foi usado, violado, agredido, cortado.Em torno de memórias diluídas em fragmentos escritos, spoken word, poesia e música, este é um áudio passeio visceral, que perturba pela crueldade do mundo e pela tomada de consciência de como tratamos o outro.

Corpos no espaço é um novo projecto baseado numa ideia de arquivo não-normativo de experiências da cidade de Lisboa. Este ciclo irá desdobrar-se por várias zonas de Lisboa, através de passeios sónicos guiados por convidades de diversas áreas e temáticas - abarcando diversas disciplinas e problemáticas como arquitectura e opressão, a performance no espaço público, a violência urbano sobre corpos não-normativos, ou até outras formas sensoriais e sónicas de experienciar a cidade.